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08/03/2018 22:08

POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

Resenha crítica sobre o documentário:

 

POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde

 

Brasil, início do século XX, século da ciência, engenharia, medicina e do progresso, mas também foi o século das epidemias, como febre amarela, cólera, varíola e outras doenças pestilentas que acometiam todo o território nacional. Nessa época, a população mais pobre não tinha condições de sobreviver a todas essas doenças, já que só dispunha de atendimento filantrópico nos hospitais de caridade mantidos pela igreja (Santas Casas de Misericórdia).

As epidemias se agravaram e isso não se encaixava no crescimento do país, pois este não seria bem visto lá fora, pelos emigrantes. Sendo isto, portanto, o estopim para a chamada “Ditadura Sanitária” no Brasil. Com a nomeação do Doutor Osvaldo Cruz como diretor da Diretoria Geral de Saúde começaram as reformas sanitárias, como a criação da vacinação obrigatória em massa, além da quarentena para os doentes com moléstias contagiosas. Apesar de ser benéfica, essa obrigatoriedade causou indignação na maioria da população e nos militares positivistas, o que culminou em revoltas, já que a mesma iria contra o direito de liberdade do cidadão.

Quando se fala em saúde pública, vale ressaltar a figura de outro grande sanitarista brasileiro, o Dr. Emílio Ribas, que através do convívio com os doentes, provou que febre amarela não é contagiosa, e sim transmitida pela picada do mosquito do Aedes aegyptii. Dr. Emílio desenvolveu também projetos de saneamento, como o da cidade de Santos, onde trouxera muitos avanços ao Brasil, principalmente no setor têxtil, onde os tecidos passaram a ser produzidos em território nacional e não mais importados.

Em 1923, o deputado Elói Chaves cria uma lei que aprova a regulamentação e criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão, que eram instituições mantidas pelas empresas e pela união, onde através dela os funcionários poderiam ter assistência médica e aposentadoria, após anos de trabalho e arrecadações.

Em 1924, os tenentes se revoltam a fim de reformar o país, com bombardeios e lutas e em 1930, chegando ao Rio de Janeiro, capital do Brasil na época. Nesse mesmo ano Getúlio Vargas toma posse e assume a presidência, decretando a centralização e uniformização das estruturas de saúde.

Com a crescente industrialização, os industriais passam a ter poder sobre o Brasil, que antes pertenciam à elite paulista importadora de café, causando revolta na elite paulista, que logo depois se rendem à Vargas, que planeja constituição pra 1934.

Vargas substitui as Caixas e cria os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), onde todas as categorias profissionais teriam seu IAPs, que descontava uma parcela do salário dos trabalhadores para que eles tivessem direito a assistência médica, além de aposentadorias e pensões. Os IAPs eram dirigidos por entidades sindicais e não mais por empresas como as antigas caixas. Na verdade, a intenção do presidente Vargas era arrecadar dinheiro para financiar a industrialização do país. O problema era que o “povo” continuaria sem direito a saúde, já que não conseguiriam juntar essas contribuições.

Em 1935, Os militares comunistas de Luiz Carlos Prestes investem na tomada do poder, com a tentativa integralista. Dois anos mais tarde Vargas decreta estado de sítio no país e decreta o advento do Estado Novo, que ampliava mais ainda seus poderes presidenciais e dos industriais.

Em 1942, através de um acordo firmado entre os Estados Unidos e o Brasil, foi criado o Serviço de Saúde Pública (SESP). Este acordo bilateral tinha por finalidade combater dentre outras enfermidades a malária e proteger os soldados da borracha, em troca os americanos garantiam matérias primas para fins militares, como a borracha e minérios, já que nesta época se estourava a Segunda Guerra Mundial. O serviço significava expansão da saúde pública em lugares inexplorados do país, como na Expedição Roncador-Xingu com os irmãos Vilas Bôas.

O Estado Novo varguista ora era a favor do trabalhador - como na criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), ora tinha ações ditatoriais, como a criação do Departamento de Imagem e Propaganda, que controlava os meios de comunicação.

Nem todos estavam satisfeitos com a pseudodemocracia de Vargas, que é deposto em 1945, dando lugar ao general Eurico Gaspar Dutra Dutra. Neste novo governo foi elaborada a Constituição de 1946, com caráter democrático. A saúde do Brasil estava cada vez mais inovadora, com novas tecnologias nos hospitais e médicos especialistas.

Em 1950 Vargas é eleito novamente por voto popular, inaugura a Petrobras e cria o Ministério da Saúde, fortalecendo as ações de saúde pública. Esse período foi marcado pela construção de leprosário para leprosos, sanatórios para tuberculosos e hospícios para loucos. O governo de Vargas possuía opositores, como o jornalista Carlos Lacerda, que o acusara de corrupção constantemente. Diante da pressão, em agosto de 1954 o presidente se mata com um tiro no peito e quem assume o poder é Juscelino Kubitschek (JK),

com o plano de metas e da construção de Brasília, que passou a ser a capital do Brasil. No entanto essa nova capital nos deixou com uma grande dívida externa. Enquanto isso, os trabalhadores lutam pela reforma dos IAPs e contra sua unificação em um único instituto, já que existiam uns que eram melhores que os outros. Alguns IAPs causavam insatisfação dos atendimentos, daí surge a medicina de grupo onde as empresas privatizavam alguns atendimentos aos seus trabalhadores.

JK permanece no poder até 1961, passando o cargo para Jânio Quadros.

Jânio Quadros renunciara à presidência e os militares não aceitaram João Goulart (Jango) no poder, mas com o parlamentarismo sua posse foi aceita. Jango enfrenta os militares que sitiam o Brasil, mas foge para o Uruguai.

No ano de 1964 o General Castelo Branco assume a presidência por indicação, iniciando-se a assumida ditadura militar no Brasil. Com o arrocho salarial as classes baixas, cada vez mais pobres, fazem o país entrar em caos assim como a saúde pública. Em 1967, pelas mãos dos militares, ocorre a unificação dos IAPs e a conseqüente criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

1970 o Brasil vence a Copa do mundo e neste mesmo ano começa a transmitir imagem em cores na televisão. O governo federal constrói grandes obras como a transamazônica e a usina de Itaipu, e a INPS cria fundos para a iniciativa privada construir hospitais que atenderiam inscritos na previdência social, mas o problema é que não existia fiscalização para os hospitais e a grande massa de dinheiro era desviada para as obras em vez de ser aplicada na saúde.

Os bairros cresciam juntamente com a miséria do país, nasciam as periferias e oriundos das periferias, e em 1978 nasce o movimento popular de saúde.

O governo nacional toma a iniciativa de criar o SINPAS (sistema Nacional de previdência e assistência Nacional) que reúne todos os médicos no INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência) e as aposentadorias e pensões no INPS, a administração dos recursos do sistema pelo IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social).

Crescem as manifestações contra o regime autoritário,

O sistema previdenciário não tem mais recursos para financiar o IAPAS, o povo faz revoltas a favor das Diretas Já, mas o congresso rejeita.

A crise da assistência médica pode ser explicada pela falência da previdência no Brasil e pelo ganho excessivo dos hospitais privados, que se capitalizam e depois descredenciavam o INAMPS. Estouravam nas ruas o movimento das Diretas já e somente em 1985 obteve êxito, com a votação e eleição do presidente Tancredo Neves.

Em 1986, acontecia a 8º conferência nacional de saúde, primeira conferência aberta ao público, tendo como conquista principal a criação do Sistema Único de Saúde. O SUS tem como princípios a Universalidade, Integralidade e a Equidade. A partir daí cada cidade passa a contar com um conselho de saúde, para debater e fiscalizar as políticas públicas do município.

Em 1990, Fernando Collor é eleito como presidente, mas devido a denúncias de corrupção acontece o impeachment ao seu mandato.

A implantação do SUS se torna difícil, a saúde pública continua sucateada, os hospitais públicos em péssimas condições.

Em 20 de dezembro de 1994, o povo brasileiro é apresentado à internet, somente um ano mais tarde à implantação da internet ao setor privado

O Brasil implanta o projeto saúde da família (PSF), que presta assistência domiciliar à população de forma individualizada e integral.

Em 1994, Fernando Henrique Cardoso (FHC) é eleito presidente da república, e foi reeleito em 1998-2002, mas continuam as reclamações em relação ao SUS, a discussão sobre as condições dos hospitais públicos e também sobre o rombo na previdência.

Em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República e discute a previdência e sua reforma. Sendo reeleito em 2007. Governo de grandes progressos, mas também dos famosos mensalões e suas famosas “bolsas esmolas”. Em 2011 Lula consegue eleger uma sucessora, a primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rousself. Em 31 de agosto de 2016 a “presidenta” do Lula  é destituída do cargo através de impeachment, seguindo a posse do ex presidente Michel Temer

Temos o SUS como referência internacional, com transplantes, tecnologias de ponta, produção de insumos, atendimento de emergência e de prevenção como a vigilância. Bom, teoricamente tem um ar de perfeição, mas na prática é bem diferente. Tenho que reconhecer que houve melhorias nos hospitais, mas ainda é pouco, pacientes continuam morrendo nos corredores, faltam vagas de leitos e UTIs, profissionais de saúde desqualificados, administração péssima, muito descaso. Não me venha com desculpas que o número de pacientes é grande demais para a demanda, o povo brasileiro está doente de saber que agamos impostos suficientemente altos para isso. Enfim, ainda existe um caminho muito longo a ser percorrido para que o SUS seja tal qual a sua teoria, mas diante de tanta mudança desde a sua criação é provável que o ideal seja alcançado.

 

 

 

LIMA, Ana Luce Girão Soares de; PINTO, Maria Marta Saavedra. Fontes para a história dos 50 anos do Ministério da Saúde. Hist. cienc. saude-Manguinhos,  Rio de Janeiro ,  v. 10, n. 3, p. 1037-1051,  Dec.  2003 

 

RENOVATO, Rogério Dias; BAGNATO, Maria Helena Salgado. As contribuições do Serviço Especial de Saúde Pública para a formação profissional da Enfermagem no Brasil (1942-1960). Rev. bras. enferm.,  Brasília ,  v. 61, n. 6, p. 909-915,  Dec.  2008 

 

TAPAJÓS, Renato. Política de Saúde no Brasil. São Paulo: Tapiri Cinematográfica, 2006.

 

03/01/2012 12:14

Reciclando 2011

Reciclando 2011

 

Reveja 2011. O que você fez de bom? Quais críticas positivas e negativas fez sobre os outros? Se positiva, meus parabéns, você reconhece o quanto esta pessoa é boa. Se negativa, pare pra pensar se isso não é inveja, “dor de cotovelo”, você realmente não queria ou é como aquela pessoa criticada? Reforme seus conceitos. Seja mais humilde para reconhecer seus próprios defeitos (que não são poucos) e também suas inúmeras qualidades.  

Aprenda a conviver com as pessoas, ou pelo menos tente, uma coisa é certa, você não poderá mudá-las.  

Permaneça calado até que te perguntem algo, ou pelo menos pense duas vezes antes de falar, pois suas palavras poderão ser infelizes aos que te ouvem, e você sabe... quem fala o que quer ouve o que não quer!

Todo mundo tem problemas, mas eles são apenas seus, os outros não os querem, por isso guarde-os e mostre apenas quando convenientemente lhe questionarem.

Se o outro está infeliz tente fazê-lo feliz com um sorriso grande e sincero, não lhe custará nada. O vizinho está feliz? Que bom! Vibre junto, pois as energias são contagiantes.  

Aprendi que depois de uma tempestade, ao sofrerem refração da luz, as gotículas de água suspensas no ar, formam o efeito do arco-íris, e você lembra quando sua mãe dizia que no final do arco-íris existia um grande pote de mel?! Então, agora tudo faz sentido, e mesmo depois de uma tempestade cinza as cores sempre virão com muito mel. Faça colorir e adoce sua vida, pois ela é muito curta para vivermos de amarguras.

 

Tenham todos um feliz 2012, não façam promessas, realize!

 

Maiana Lopes

 

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